A gente desperdiça tanta coisa que nem percebe: voz, amplificadores de som, energia, atenção. Estou falando das chamadas dos vôos nos aeroportos. Quando fomos para Berlim, reparamos que o serviço de alto-falante do aeroporto de Guarulhos chamou um tal de sr. Alessandro pela última vez pelo menos umas 10 vezes (todas elas eram a última chamada para o embarque). Por causa do tal Sr. Alessandro e mais uma galera que se perde nos cafés, todo mundo tem seus ouvidos transformados em aterro sanitário. É um berreiro só, onde ninguém escuta nada.
Ontem, em Congonhas, mais uma vez reparei no barulho. Aquele aeroporto tem o dom de fazer com que as aeronaves se reposicionem loucamente e sem controle, mudando o portão de embarque à toda hora. Pois é, fazer o quê, se os anúncios precisam ser feitos e os srs. Alessandros precisam embarcar?
Pois lembrei imediatamente do aeroporto de Heathrow, no Reino Unido, onde fizemos conexão. Heathrow é o terceiro aeroporto mais movimentado do mundo (Guarulhos nem aparece na lista dos 30 maiores) e o terminal 5, onde estivemos, foi construído apenas para atender aos vôos da British Airways.
Por incrível que pareça, mesmo com o absurdo de pessoas circulando pelo local, foi o aeroporto mais silencioso que já conheci, e não somente pelo projeto acústico bem-feito. É que no painel de vôos há um aviso de que só será feita a última chamada de cada vôo para evitar gerar ruídos dispensáveis, já que se está trabalhando para que o ambiente não seja motivo de stress para as pessoas que o frequentam. Cada um que controle o seu portão de embarque e preste atenção.
Sustentabilidade, respeito pelos outros, gentileza, educação. É isso aí. Se ao menos a gente aprendesse um pouquinho com essas experiências…
Clô♥
Eu acho que isso em princípio é falta de consideração com os outros; o barulho excessivo e desnecessário, o desprezo pelo cumprimento de horários começa em casa, com exemplos.
“Onde não há, nem o Rei pode tirar”, palavras de meu pai.
renata rubim
Querida Lígia, o barulho é lixo porque o silêncio é luxo!
Muitas vezes eu me pergunto porque se fala tão alto, porque as portas e janelas não são simplesmente fechadas (a vizinhança aqui BATE janelas, portões, portas), porque é tudo tão rude. Onde está a serenidade? Penso que deve ser uma “surdez da sensibilidade”.
Beijos
Clô♥
completando…
Quando a pessoa não tem educação desde que nasce, fica difícil educá-la respeitando os seus semelhantes, e o barulho é simplesmente falta de educação, sim.
Graziela
Você, Renata e Clô, têm razão. E o stress que a gente acumula, acaba saindo caro.