Quase nunca falo sobre padrões de beleza injustos ligados ao peso porque sou suspeita: nasci magra e sempre vivi sem olhar para a balança. Sim, é uma sorte nascer no século certo, mas não dá para simplesmente ficar quieta e aproveitar. Tivesse eu sido contemporânea de pintores renascentistas, ficaria sem marido, o que, numa época em que as mulheres dependidam deles para comer, seria uma verdadeira tragédia.
Ser magra é confortável e um “problema” a menos para resolver na vida, mas não consigo deixar de me preocupar com as pessoas que tiveram um pequeno atraso no timing e nasceram numa época em que as dobrinhas já haviam caído de moda. É muito sofrimento e cobrança por uma bobagem fabricada.
Padrão de beleza é uma convenção, sempre foi. E muda com o tempo, com o contexto, com a história. Aí, quem não está sintonizado, acaba se sentindo deslocado, inadequado, errado. Não está não.
É só pensar em como o padrão muda ao longo dos anos, dos séculos, de lugar para lugar. É só uma convenção besta. E convenções a gente muda.
Não estou aqui propondo que o novo padrão seja a abundância (também não quero ficar mal na foto), mas num momento tão rico de possibilidades como o nosso, é de uma pobreza inimaginável definir “peso ideal” de um jeito tão quadradinho e limitado.
A ideia é ver beleza onde tem e chutar esses padrões chatos e desnecessários. Dá para agradar aos sentidos sendo magra, gorda, alta, baixa, musculosa ou molinha, enfim, dá para gostar de feijão e de arroz ao mesmo tempo. Ou preferir um dos dois. Ou farofa. O que não dá é para estabelecer que todo mundo tenha que caber na mesma forma feito clones, pois aí perde a graça.
Esse texto todo é só para apresentar uma escultura linda que vi esses dias. Fiquei um tempão parada olhando essa beleza. Não descobri quem é o(a) artista, mas faz tempo que não vejo uma mulher tão bem representada. Mesmo sendo fisicamente tão diferente, consegui me ver nela inteirinha.
Olha só que coisa mais linda, cheia de graça… e poderosa!
Carlos Koehler
vista de frente…. vista de lado…
e a paixão nacional, como fica?
😉
ligiafascioni
Aahahahahahaha…. não tinha como chegar lá atrás, o jardim era cheio de cercas vivas. Vai ter que ficar só na imaginação mesmo….rsrsrsrsrsr
Eliene
Olá, Ligia!
Achei vc há um tempão, quando procurava ideias sobre decoração. Era um outro site e vc tinha uma varandinha muito charmosa com um banco de madeira todo pintado a mão! Desde então, sempre te visito!
Muito legal como vc consegue fazer “links” entre coisas que, aparentemente (ao menos para o pensamento cartesiano preponderante ainda), não tem nada a ver uma com a outra. Adoro seu olhar sobre as coisas! Obrigada por “se dividir” conosco!
Ah, sim… Hoje me obriguei a escrever para vc agradecendo porque fica muito injusto só me aproveitar, quietinha no meu canto, sem te dar o crédito por ampliar meu mundo!!
Bjs,
Eliene
ligiafascioni
Puxa, muito obrigada, Eliene! É um prazer compartilhar coisas quando fico sabendo que tem pessoas como você do outro lado da tela…rsrsrs
Beijos e sucesso!