Aiaiai… acordar no escuro, com -6 ºC para ir à aula é muita vontade de aprender alemão, né?
Mas tem suas vantagens (além das óbvias, claro). É muito interessante observar a passagem do tempo aqui na parte de cima do mundo. É que quanto mais perto da linha do Equador, mais os dias e as noites têm a mesma duração. Quanto mais longe, mais o dia difere da noite, dependendo da estação do ano.
Na Patagônia, bem lá embaixo, já dava para ver que no verão só escurecia às 10 da noite (estamos mais ou menos na mesma latitude, só que para cima). Nos casos mais extremos, como a Finlândia e a Groelândia, bem pertinho do polo norte, praticamente metade do ano é dia (o sol da meia noite) e metade, noite (onde acontece a Aurora Boreal).
Aqui a gente não está tão alto, mas a passagem do tempo fica muito mais clara e as estações, mais definidas. Depois do solstício de inverno (22/23 de dezembro), onde acontece a noite mais longa do ano, o dia começa a ficar um pouquinho mais comprido todo dia.
Em dezembro, às 15h30 já estava escurecendo, e o sol só nascia depois das 8 da matina. Do solstício para cá, todo dia a noite fica um ou dois minutos mais curta. Parece pouco, mas em um mês é quase uma hora a mais de luz.
Antes, eu só via o sol nascer da janela da sala de aula. Agora dá para vê-lo na conexão do metrô, indo para a escola.
Parece bobagem? Talvez. Mas penso que no Brasil, onde as estações não são muito diferentes e o dia não muda tanto assim durante o ano, a gente sente menos a passagem do tempo.
Aqui é sempre diferente; a temperatura vai mudando sensivelmente; as árvores ficam verdes, depois alaranjadas e, por fim, peladas, para começar a brotar novamente na primavera, uma folhinha de cada vez. O sol, esse senhor da vida, nunca passa despercebido. E a gente fica mais atento para não perder nosso precioso tempo com bobagens. A coisa anda, e rápido.
Nosso lugar no espaço, as mudanças do mundo e a finitude da vida, vistos daqui, são mais claros. O que, a meu ver, faz um bem danado para a gente aproveitar melhor o dia.
Carpe diem para vocês também!
Clotilde♥Fascioni
Enquanto é novidade, tudo bem, mas depois essa falta de um sol maior não dá um pouco de nostalgia?
ligiafascioni
A falta de sol deve ser horrível para quem não gosta de ler, escrever ou desenhar, mas para mim está sendo ótimo, pois fico mais produtiva. Além disso, o inverno para mim não vai ser tão longo quanto para os alemães, pois em março estarei aí pegando um calorzinho bom e bastante sol (pretendo fazer isso todo ano).
Sem dizer que eles já começaram a passar frio em outubro, quando eu estava aí também. Voltar para descongelar é tudo de ótimo – não dá para reclamar dessa vida 🙂
Ah, e quando o dia é bonito aqui, São Pedro capricha mesmo e o sol brilha bastante – não dá para dizer que não tem sol; são só menos horas. Quem passa o dia todo trancado numa fábrica ou escritório não vê nem isso, mesmo no Brasil…
De fato, quem tem tendência à depressão precisa se cuidar mais, mas acho que não é o meu caso não 🙂
Beijocas e saudades!
Fernanda Thiesen
Tenho que discordar de você neste post. Acho que você está mais atenta as coisas que te acontecem por ai, por tudo ser tudo tão novo e diferente. E talvez, seja também uma questão de ponto de vista. Eu por exemplo, acordo com o sol, naturalmente. É por isso que adoro o horário de verão, porque é só ele sair que já me levanto com ele no maior pique (no verão, claro), porque no inverno é uma tristeza… Ele se levanta mais tarde, e eu também. Da mesma forma que ele se põe… as 20h na noite. Ontem por exemplo, nesse horário eu estava pela beira-mar, curtindo aquele fim de tarde delicioso. Quando chega o inverno, nesse horário, quero mais é minhas cobertas e um bom livro (quando não estou estudando).
Quando você voltar em março já poderá perceber isso também, e curtir a melhor época do ano, na minha opinião, o outono! E a neve, nada ainda? Bjs
ligiafascioni
Oi, Fernanda!
Entendo você, e é claro que tem bastante diferença entre o inverno e o verão aí também, mas são menos horas; das 6 para as 8 da noite não é tanto assim. Aqui é a mesma coisa, mas no verão escurece às 10 da noite, e no inverno, às 15h30; é bem mais dramático, concorda?.
Aí também temos outono (para mim também é a melhor época do ano, pois a temperatura é uma delícia e os dias são lindos), mas a mudança não é tão radical, entende? Pois é, também não vejo a hora de dar uma bela caminhada na beiramar com esse tempo maravilhoso.
Aqui está -7 graus, mas nada de neve ainda (só às vezes, mas junto com a chuva; então não chega a acumular, pois os floquinhos derretem quando caem no chão).
Beijocas 🙂
Ana Paula Martins
Fernanda,
Não é uma questão de concordar ou discordar. É geografia.