Sprint

Apesar de ter apenas três anos de idade, dá para dizer que “Sprint: How to Solve Big Problems and Test New Ideas in Just Five Days (Tradução livre: “Sprint — como resolver grandes problemas e testar novas ideias em apenas cinco dias“), de Jake Knapp, já nasceu sendo um clássico.

O autor, Jake, é um designer obcecado por organização e produtividade. Quando começou a trabalhar na Google, em 2007, viu a oportunidade de colocar todas as suas “manias” em prática para otimizar o trabalho das equipes. Depois de muitos experimentos práticos e refinamentos, ele desenvolveu uma técnica para resolver problemas e testar novas ideias em apenas cinco dias. E parece que tem funcionado bastante, principalmente para startups. Tanto é que, junto com os consultores Braden Kowitz e John Zeratsky, fundou a Google Ventures, que ajuda as empresas a testarem ideias. Até a publicação do livro, em 2016, o time já tinha realizado mais de 100 workshops.

Mas vamos ver como é que a coisa funciona. 

Preparação

O primeiro passo é preparar o Sprint: definir o problema, o time que vai participar, o cronograma e o local onde a equipe vai trabalhar. Vamos ver cada item desses em um pouco mais de detalhe:

O problema

Definir o problema corretamente é um dos maiores desafios e uma das partes mais cruciais do trabalho. No livro, ele dá muitos exemplos práticos. 

Quem participa

Knapp recomenda que a equipe tenha no máximo sete pessoas, sendo:

  • um decisor
  • um expert em finanças
  • um expert em marketing
  • um expert em clientes (que converse com eles no dia-a-dia)
  • um expert na área técnica ou logística
  • um expert em design

Ele também recomenda convidar pelo menos uma pessoa que traria problemas se não fosse convidada (aquele tipo que vive arrumando confusão). Ela é importante porque traz pontos de vista incômodos e diferentes.

Se mais um ou dois experts forem necessários, eles podem ser convidados para falar com o grupo e compartilharem informações importantes no primeiro dia do desafio.

O tempo e o espaço

É peciso agendar 5 dias na semana em que todos os participantes possam se dedicar full time ao projeto, sem distrações. E um local onde não sejam perturbados. São cinco dias (de segunda à sexta-feira, das 10h às 17 horas, com um intervalo para o almoço).

2. Segunda-feira

Nesse dia, o grupo vai discutir o problema e criar um plano trabalhar durante a semana. A primeira coisa a se decidir é o objetivo a ser atingido no médio e no longo prazo, escrito da maneira mais clara e exata possível. Perguntas a serem respondidas nessa etapa: que questões queremos responder nesse sprint? Para nosso objetivo de longo prazo, o que deve ser verdade? Se o projeto falhar no futuro, o que deverá ter causado esse resultado?

O próximo passo é fazer um mapa do desafio, que nada mais é do que o desenho da jornada do cliente no processo de compra. É importante destacar: quem são os atores, qual é o final da história e que palavras e setas estão na sequência. O desenho deve ser simples, claro e didático.

À tarde, experts externos são chamados para dar sua opinião. Faz-se uma apresentação introduzindo o sprint, fazendo uma revisão geral das informações e objetivos e apresentando a jornada. Finalmente, define-se o alvo; que parte do problema será resolvido nessa semana.

3. Terça-feira

Esse dia é reservado para encontrar soluções para o problema definido. É feita uma revisão das ideias já existentes, cria-se outras, mistura-se e melhora-se. Várias técnicas de ideação, incluindo o brainstorming, são aplicadas. No final da tarde, cada pessoa faz um desenho com um processo para testar a ideia. 

4. Quarta-feira

Hoje é dia de criticar cada uma das soluções no período da manhã e decidir qual delas tem mais possibilidade de atingir o objetivo de longo prazo. À tarde, é feito um storyboard descrevendo passo-a-passo como a solução eleita será prototipada e testada. 

5. Quinta-feira

Chegou a hora de construir o protótipo para fazer os testes da maneira que for possível. Como há limitação de tempo, o importante é construir algo que possa captar a percepção do usuário no momento do uso. 

6. Sexta-feira

Chegou a hora de testar a ideia com clientes reais. Eles serão entrevistados, observados e analisados enquanto interagem com o protótipo. No final do dia, a equipe terá elementos para saber se esse caminho deve ser seguido, abandonado ou sofrer adaptações.

Conclusões

Minhas impressões? Para mim parece mais uma releitura dos workshops de design thinking com algumas adaptações, mas, basicamente, nada de novo ou revolucionário. O autor organizou o tempo de maneira eficiente para testar ideias e está tendo sucesso. Penso ser uma excelente base para quem está pensando em iniciar um novo negócio, lançar um novo produto ou testar uma ideia. 

Simples e didático. Recomendo. 

NOTA: Fizemos um episódio do Berlim Tech Talks falando sobre esse livro. Para assistir, é só clicar aqui.

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